Pages

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

De repente tudo vira UÓ: tédio




Uma preguiça de tudo. Difícil até soltar alguma interjeição.
Pegar um lápis e escrever, até isso parece um tormento. Meus ouvidos gritam, minha boca ouve um silêncio pertubador. Tudo fora do lugar. A vogal fica tônica, forte. Nem isso me anima. É de dar dó.
O pesadelo da noite passada ainda aparece em flashes. Pelo menos o pesadelo era mais agitado... Oh, oh!
De repente quero ficar na cama o dia todo e chorar baixinho...ô!
Por um momento imagino um mundo onde tudo que me incomoda profundamente no meu cotidiano some.
De repente... tudo fica pacífico. O ritmo da respiração é hipnótico.
De repente cogito tornar isso realidade. Fico hesitando.
Ora um êxito, ora um exit.

Adoro dia nublado


Antes que eu receba um linchamento virtual por essa declaração, entro em defesa dessa minha particularidade. A verdade é que esqueci os porquês, se é que existiram. Simplesmente saio de manhã e, se por acaso está nublado, me derreto em energia. Tudo funciona, tudo caminha, tudo é tudo. Fico muito disposta. E se pelas ruas encontro chuva não me desfaço em reclamações (não que em minha vida nunca tenha soltado uma queixa), deixo a chuva lavar e depois me seco com um sorriso íntimo.  
Esse quê de sei lá me invade os pensamentos. Uma caça razão se inicia, mas talvez a explicação seja simples.
Minha hipótese um  diz que está associado com lembranças boas, épocas do ano que eu gosto. Automaticamente, eu relembro. Sendo assim, dia nublado é expectativa. Mesmo que no meu caso seja por chuva. Chuva é relembrar. Com isso, me renovo e sigo com essa loucura.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          

Navio Negreiro

         
           Quilômetros de anos nos separam! Nunca imaginei pensar naquele momento tão distante, ar colegial com músicas "Ênia style", iluminado por velas. Acuados pela professora e pela nota, nós, alunos, nos esforçamos. No pulmão, um ar pesado, também pudera tamanho o peso daquelas palavras. De tão densas elas se arrastam pela garganta incitando o corpo a ajudar nessa tarefa. O arquejo é mostrado após a explosão do poema.
           Algemas simbólicas e literais nos prendem àquela apresentação. E hoje 6 anos depois, relembro . E penso: como uma simples apresentação de colégio pode te marcar tanto!? Como um momento assim surge à tona depois de tantos riscos no calendário? É... são coisas da vida. Lembranças acorrentadas à nossa vida, sempre navegantes, escravizadas!

Das vezes que brigo com você


Entre o certo e o errado, a crueldade e bondade nunca há espaço no ringue para um momento racional. 
Brigas egoístas muitas vezes protagonizadas por mim, sim, eu assumo a culpa. 
Se por um lado a infantilidade é oculta para o mundo, por outro ela se mostra extrovertida nesses momentos. Dança na minha cara emburrada, grita nas respostas silenciosas e pula nas pirraças que faço.
Para o resto da sociedade, demonstro e esbanjo minha calmaria, mas nessa hora desconto com juros e correções minha revolta.
A única coisa que percebo é uma raiva, uma faísca queimando dentro de mim,  instigando a retrucar com uma palavra cruel, uma atitude covarde, um "descontar de raiva".
Gostaria de ficar no meu devido lugar e canalizar essa raiva para algo merecedor.Gostaria de parar de investir em atitudes que surram o relacionamento. Gostaria de não me sentir decepcionada com algo e querer revidar dessa forma vingativa. Gostaria de não cultivar tantas expectativas e sentimento ruins.
Mesmo sabendo da minha culpa, não é o suficiente para cessar com as repetidas e inconvenientes discórdias.
Mesmo sabendo que quando tento te ferir, me machuco muito mais.
Mesmo sabendo  o valor daquela companhia e que ninguém no mundo pode querer mais o meu bem.
Mesmo sabendo que posso te perder.
Mesmo sabendo que nunca vale a pena.
Ainda  assim, insisto. Insuportavelmente, eu insisto. De forma doentia, eu insisto. Como vício comportamental, ainda insisto. Apanho da vida, mas insisto.
Considero o autoconhecimento com um primeiro passo para dar um fim a tudo isso. Esse processo, exige paciência, perguntas difíceis e respostas duras. Exige treinamento. Exige tempo.
Enquanto isso, uma conclusão eu tiro: 
Das vezes que brigo com você, eu sempre saio brigada comigo.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Recanto das palavras


Essa necessidade de escrever nasce sempre quando acordo querendo ficar quietinha. Remoendo cá com meus botões e deixando escapar o mínimo de palavras possíveis. Em companhia da preguiça típica de segunda-feira,  essa vontade cresce até me render ao teclado do computador, mesmo estando ameaçada pela reincidência da tendinite.
Possuída por uma força interna em contraste com meu desânimo aparente, desato em cliques e tiques até sair um parágrafo, dois... falando de nada e de tudo.
Tenho um desejo de um dia conseguir simplificar o mais complexo dentro de mim. Enquanto esse desejo não se torna realidade, me entrego às palavras...
Junto com elas vem o pensamento de um mundo paralelo, lúdico! Onde cada um faz o que realmente gosta e por um tempo justo, onde não somos vítimas de uma má política ou de violência, onde a qualidade de vida está em primeiro lugar e onde há pureza e bondade para vermos o que o ser humano tem de melhor.
Esse mundo também tem árvores de algodão doce, água calma e cristalina, emoldurada por uma areia branquinha, e uma brisa perfumada. Onde é possível alcançar as nuvens e escorregar em suas formas macias e, depois de se cansar, deitar sob elas e traçar desenhos, imaginar diferentes imagens e se divertir. Olhar para o horizonte e ver montanhas verdes ou o mar azul a perder de vista. Sentir todas as cores formando um arco-íris em cada sorriso. Brincar com as flores em um jardim secreto e brindar com um beija-flor. Mergulhar nas profundezas de um mar tranqüilo, sem remorsos e ressaca. Nadar com os peixes e cantar com as sereias as mais lindas canções.  E depois,  para qualquer lugar,voar... Respingando água lá do alto e fazendo chover.  Pé no chão e, de repente, as luzes se apagam e acendem os vagalumes, iluminando os pensamentos até o sono aparecer. Dormir sem medo de pesadelos, livre para sonhar.  Sem pedir licença eles vêm e no outro dia se tornam realidade.
Uma vez sonhei em driblar as distâncias geográficas  e agora com o teletransporte é possível  ir para o outro lado do mundo em segundos, ir no estado vizinho rever a família que tanto faz falta, ir ali abraçar um gato e uma cachorrinha que tanto trazem alegria, subir em árvores e comer frutos frescos e suculentos e ainda voltar a tempo de ver o pôr-do-sol do lado de quem faz bem.
Esse mundo não é feito de vaidades. A morte não existe. As pessoas evoluem.  Não há  autodestruição . Não há tempo para maus pensamentos. É eterno para o amor. Ah, o amor...
Ops, a folha acabou... Aos poucos despeço do meu mundo paralelo e vou atravessando a ponte em direção à realidade.  As palavras brotaram, o coração se aliviou, a quietude passou.
Fico bem! Se precisar torno a pegar meu lápis e,  como um passe de mágica, volto para o meu recanto dos sonhos, das palavras.