Algumas perguntas nos trazem mais entendimentos do que respostas...
E partindo desse pressuposto me faço algumas indagações, recorro a algumas lembranças e entendo que superestimei muito um relacionamento. Não que tenha faltado sentimento, mas é que ainda é preciso reconhecer que circunstâncias temporais e espaciais influenciaram e determinaram o futuro dessa relação. Somado a isso, apareceram adversidades que ofuscaram o que antes tinha brilho próprio.
Ao término, adicionaram-se doses de desespero, tristeza, frustração. Resultado? Um coquetel de sofrimento, que após uma noite de excessos, apareceu na forma de uma ressaca que dóia, que martelava ainda mais a rejeição.
Por inúmeras vezes o suspiro foi mais forte do que esperava, o que tornava minha respiração mais dolorosa. Por muitas vezes vi uma fonte de lágrimas salgadas brotar no meu rosto e molhar meu travesseiro. Por incontáveis vezes me vi remoendo todos os episódios, tentando enxergar algo bom nessa série e alugando os ouvidos disponíveis para meus desabafos piegas . Por excessivas vezes me peguei pensando que não veria aquele olhar de menino a me encarar, que não sorveria mais aqueles sorrisos inocentes e nem desfrutaria daqueles toques intensos nem dos carinhos mais doces.
O tempo tic-tacou muitas vezes e ai a vida me surpreendeu... Meia dúzia de palavras foi oferecida por alguém de filosofia diferente e pronto! Recobrei minha consciência, recoloquei meus óculos, limpei a maquiagem borrada e me levantei. Falando assim foi simples, mas na verdade isso fez parte do meu processo de luto.
De repente me vi acostumada com aquela ausência, me vi aceitando minhas novas possibilidades. Vejam bem, aceitei, mas não esqueci...
Parei de sonhar com aquele abraço apertado e aquele beijo... e percebi que esse jejum tornou-se comum.
A realidade teve uma reviravolta e me ofereceu inúmeras opções, mesmo assim recusei algumas. Afinal, eu aceitei, mas não esqueci...
Pra que chorar se eu sabia que depois eu iria sorrir? Ressaltar uma dor que a cada minuto perdia mais o sentido? Ah não, nesses momentos, intimamente e discretamente, sorria para as portas, paredes e janelas. Um sorriso explodia a cada vez que percebia que eu estava mais forte. A paz invadia meu coração e me deixava leve.
E sozinha deixei vivo aquele sentimento, deixei ele me amparar, me fazer companhia nos momentos de solidão e apertar minha mão quando sentia medo.
Dessa vez reduzi minhas expectativas e não esperei nada em troca.
Agora me falem, como eu nego algo que no fundo me trouxe coisas boas? Como achar um erro ter conhecido alguém quando pior seria, se não o tivesse feito?
Retóricas feitas e chego à mais uma pergunta: Será que você era tudo mesmo que me faltava?
Senti ausências, desesperos, vazios imensos, mas passou... O que antes faltava agora pode se exceder. Será possível uma complementação momentânea? Ou será que ela nunca existiu? Será que o gostei mesmo ou gostei mais do fato de gostar? Será que se soubesse claramente o que sentia por mim, o que eu era e o que significaria iria ser diferente?
Será que faltou falar o que você pensava e, da minha parte, fazer o mesmo?
Ou será que não sei responder nada disso porque enfim aceitei que certas coisas não cabem a mim? Basta. Encontrei minha resposta.