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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mas eu me mordo de ciúmes... peraí, EU NÃO!



         Um dia voltando para casa em um ônibus, ouvi a conversa de uma passageira que se encontrava sentada na poltrona da frente. No início ouvi trechos distorcidos que, por algum motivo, me chamaram a atenção. No decorrer da conversa ao conectar os fatos, percebi o tamanho do problema. Agregados a esses fragmentos de conversa pude perceber o calibre do desespero da moça. Então, era uma adolescente, aproximadamente 17 anos, que tinha escapado por pouco de um crime passional (pelo o que entendi, ela chegou a ficar famosa no tribunal por sobreviver dadas as condições em que tudo aconteceu). Falava ao telefone com, possivelmente, uma amiga e demonstrava um desânimo proporcional à sua condição.
          O ex, que estava detido, seria libertado e iria tentar terminar o que começou. Ela conformava-se com o fato de que sofreria novamente um atentado, já que as ameaças continuavam. Percebi que ela encaminhava a conversa para um lado quase doentio, dizendo que aceitava a morte e que perdoaria ele, que a única maneira daquilo terminar seria com o fim de sua vida. Era notável a tentativa da amiga em fazê-la mudar de idéia, no entanto, ela só dizia que os esforços seriam em vão e que o ex  iria acabar chegando até ela. Por isso recusava a participar de festas, de cursos, de passeios, de qualquer coisa que trouxesse  expectativas e algum futuro.
           Desconheço o desfecho da história dessa anônima, mas com certeza mexeu comigo. Fiquei remoendo tudo aquilo por dias. Como é possível uma pessoa com todo um futuro pela frente se envolver com esse tipo de pessoa? Como viver com toda aquela insegurança? Como sair dessa situação? Como saber o tipo de pessoa que nos envolvemos?  Com certeza questões muito complexas de se responder, já que quando nos encantamos por alguém nosso pisca-alerta para perigo fica desligado.
           Não dá para adivinhar o futuro, mas dá para prestar a atenção a certos sinais de passionalidade, como preocupação persistente, perfeccionismo, inflexibilidade, desconfiança, entre outros. E não precisa ser um nível de passionalidade tão extremo, excessos de ciúmes são freqüentes de se ver. A todo dia deparamos com pessoas assim, sabemos de amigos que sofrem por isso ou até mesmo vivenciamos. E mais uma vez, podemos até perceber alguns sinais desse comportamento bem no princípio, mas sempre achamos que aquilo será amenizado com o decorrer da relação, ledo engano. O fato de não repreender essas atitudes permite que essas reações exacerbadas ocorram, fortalecendo assim a má conduta do outro. 
          Dizem que o ciúme tempera uma relação e que, em certa dose, é benéfico. Ou seja, reflete se o interesse mútuo ainda é mantido. Além disso, é comum ouvir que quem ama cuida. Ou seja, mostra o zelo que se tem  fortalecendo a exclusividade e valorizando a relação. Até concordo com essas afirmações, mas ciúme para mim está intimamente ligado à insegurança. 

           A verdade é que em menor ou maior grau todos sentimos ciúmes. Isso ocorre porque acreditamos em ter um pouco de posse sobre o outro e, quando sofremos ameaças na instabilidade ou qualidade de nossos relacionamentos, tendemos a tomar atitudes irracionais.
O ciúme pode ser normal ou patológico. Geralmente, esse sentimento é passageiro e baseado em fatos reais e tem por objetivo manter o relacionamento. No entanto, quando apresenta desconfiança excessiva, preocupações infundadas, exageradas e mostra, inconscientemente, o medo de perder o parceiro para um adversário (real ou imaginário) esse sentimento caminha para o lado patológico.
           Em relacionamentos é comum surgir inseguranças do tipo falta de envolvimento do parceiro, aparecimento de uma pessoa muito atraente, etc. O ciúme aproveita disso e enraíza a imaginação, dando surgimento às dúvidas, que posteriormente terão a necessidade de serem confirmadas por visitas repentinas na casa do dito cujo, checagem em chamadas do celular, etc. No fundo pessoas assim estão constantemente tentando arrancar confissões ou caçando evidências que ratifiquem suas suspeitas. 

O que antes era zelo e dava o ar da graça ao relacionamento, começa a soar como vigilância cerrada. Dessa forma o ser ciumento transforma-se em uma fera vigilante, mantendo-se estressada, ansiosa, e intempestiva nas atitudes adotadas (muitas vezes agressivas e acusadoras) o que afeta a evolução da relação. Na tentativa de minimizar essas crises a vítima começa a omitir alguns fatos, o que acaba piorando a situação. O próximo passo é protagonizar cenas ridículas e constrangedoras publicamente.  Em seguida, o ciúme instalado tira o resto de  tranqüilidade,  paz e confiança do casal. 



Esse ciúme toma uma proporção tão grande que fica cada vez mais claro o desejo de total controle sobre a vida, sentimentos e comportamentos do parceiro, causando inúmeros transtornos. 
Essa pessoa afasta de seus amigos, fica agressiva com a família, além de ficar tão obcecada com esses pensamentos que sua produtividade (no trabalho ou na vida acadêmica) chega a cair.

É difícil traçar um padrão de pessoas que tendem a ser assim, mas acredita-se estar ligado ao modelo familiar que essa pessoa esteve inserida. Se quando criança recebeu muita atenção dos pais, futuramente poderá apresentar dificuldades em se relacionar com mais de uma pessoa. Assim, terá a tendência de se relacionar unicamente com uma pessoa, vivendo em função dela e exigindo exclusividade, o que dificultará sua socialização e relacionamento amoroso, já que sentirá ciúme sempre que seu parceiro se relacionar com outras pessoas além dela.
            Não sou noveleira, mas peço que se lembrem da Heloísa de Mulheres Apaixonadas. Rapidamente visualizamos uma pessoa agoniada, raivosa, triste, invejosa, deprimida e humilhada. Ao tentar retomar o controle da situação ela sentiu culpa e alguns ressentimentos. No decorrer da história, sempre se comparava com sua rival, tinha questionamentos constantes quanto ao marido, buscava freneticamente confirmações de suas dúvidas e agia agressivamente. 

            Voltando ao início do texto, o ciúme e a preocupação em perder a pessoa com quem estamos nos relacionando, transforma-se, constantemente, no estopim do crime passional.
Ainda acredito que relações doentias de ciúmes só ocorrem com o aval do parceiro que desde o princípio permitiu que agissem daquela forma e, por isso, deu força e espaço para que se repetisse. Mas quem sou eu para achar alguma coisa...
O fato é que o ciúme patológico é considerado  um distúrbio de causas complexas, onde haverá conseqüências psicológicas para ambas as partes, vítima do ciúme e o ciumento, podendo ainda ser o estopim para crimes passionais, como  citado no início do texto. Restam conselhos.  Pra você, vítima, vale incentivar que o outro se trate. Para você, ciumento, vale ter empatia pelo outro, desenvolver autoconfiança e ter um tratamento psicoterápico.

 “Os ciumentos sempre olham para tudo com óculos de aumento, os quais engrandecem as coisas pequenas, agigantam os anões e fazem com que as suspeitas pareçam verdades.” Cervantes.


P.S. Ah, só deixando claro que não sou ciumenta, apesar do título e do tema. Para eu sentir ciúmes, só presenciando alguma cena muito sem noção. 


34 comentários:

Clah Ottoni disse...

Olha eu tbm sou ciumenta, confesso que em alguns momentos eu surto, mais na maioria das vezes sou bem calminha...rsrsr
E morro de medo desses crimes passionais, a gente sempre acha que conhece as pessoas mas elas se camuflam, neh...
bjooos

Adriana Alencar disse...

Um texto forte e sobre um tema muito difícil. A linha entre o ciúme até desejável por alguns na relação e o patológico é tênue, mas pode ter consequências graves como esta que você presenciou. Porém, neste caso parece que o desequilíbrio é bilateral, pois a vítima não dá a devida importância à própria vida, ou seja, a insegurança também é parte de seu mundo interior, assim como do ciumento. Infelizmente, nada disso chega perto do verdadeiro amor, sentimento de libertação, não de aprisionamento, e esses exemplos servem para mostrar o quão desorientadas estão as pessoas sobre os seus objetivos e mesmo sobre quem elas são.
Parabéns pelo post!
Beijo
Adri

Patrícia Quel disse...

Oi Edi!!!
Nossa,,, essas historias são tão tristes e mais comum do imaginamos,...
Eu qd tinha uns19 anos tive um namorado que adorava ficar bebendo, não gostava disso q larguei dele, foi então que ele começou a meseguiu em todos os cantos... Me deu muito medo... sempre pedia p/ algum amigo me acompanha em casa depois do trabalho,... É horrivel essa sensação de medo... Ele ficava escondido e aparecia do nada pedindo satisfação...
Ainda bem que tudo acabou bem... Parei de frequentar muios lugares por causa dele, não saia mais... assim ele não me via e me deixou em paz... Graças a Deus!!!
Bjs!!!!

Anônimo disse...

Esse post mexeu um pouco comigo, já estive em situação semelhante, mas ainda bem que me livrei a tempo, e tudo melhorou!
Adorei que você falou sobre isso, é importante as pessoas saberem como lidar com esse tipo de problema!
Beijo!

Aline marinho disse...

Eu sou ciúmenta mas mas admito isso tenhos ciúmes de quem é importante para mim me filho meu marido mas marido shashaishaishia tadinho sofre kkkkkkk mas nada que vá além de umas perguntinhas básicas a ele só se ele me trair pq se ele me trair é eu descobrir mato ele kkkkk mato ela tbm pq acabo com o meu casamento mas nunca mas ela vai ficar cm marido dos outro rum pronto falei# p.s ñ sou o tipo que olha cel, vê pra quem ligou, verifica msn melhor faço isso tudo mas sem ele vê shaushaushaushau pq confiança tá na biblia" Maldito é o homem que confia em outro homem" ^^

Anônimo disse...

Muito bom, Edi! Parabéns!

Ciúme fode tudo! A pessoa ciumenta se torna paranoica em pouquíssimo tempo e vê tudo distorcido. Vive e acredita em uma realidade paralela. Não há quem aguente. Não há amor que suporte. Seja homem, ou mulher. É difícil pra ambos. Não há como medir. Tudo de bom, significativo, gostoso e único da relação, se transforma em pedantismo, loucura, possessão e principalmente: Doença!

Beijo.

Thaís Araújo disse...

Eu sou uma pessoa muito ciumenta, e preciso mesmo controlar o meu ciúmes, não apenas para o bem do relacionamento, mas também para o meu próprio bem, porque é uma coisa que machuca..

Beijos.
www.consumisse.blogspot.com
@thaharaujo

Danielle disse...

É um texto incrível e acho que todos deveriam parar para refletí-lo! Eu não tenho nenhuma crise de ciúme (e agradeço bastante por isso), acho que ciúme doentio faz mal para todos, e amor é bem diferente dessa doença.
Beijo grande!

Priscila disse...

Ótimo texto! Quanto ao caso do inciio, resta torcer para a menina ter conseguido se livrar das ameaças e conseguido seguir sua vida...
Eu já fui uma pessoa muito ciumenta e sei que isso não me acrescentou em nada, só me fez sofrer com situações que muitas vezes nem existiam. Agradeço muito por ter melhorado nesse quesito, hoje sou muito mais feliz!
beijos

Gabi Soares disse...

Comecei a namorar nova, com 14 anos, e ele tinha 18. Logo depois, ele começou a trabalhar em uma academia.
Já imaginou o que vem depois, né? Virei uma extremamente ciumenta, possessiva, desconfiava de tudo e todos.
Ainda bem que esse tempo passou, amadureci e hoje somos felizes, confiando um no outro.

Beeijo Edi!

http://gabisoaress.blogspot.com/

nika r. disse...

Odeio ser ciumenta, mas sooooooou :~~

HEHE

Beijos!
http://ohbeibe.blogspot.com

Naty Figueirêdo disse...

Oi Querida!!

Retribuindo a visitinha e claro seguindo!! E dizendo que estou totalmente abismada, como uma pessoa pode se conformar com a morte..
Nossa fiquei aqui sempalavras e concordo com o seu texto!! Acho que amar é querer que o outro seja feliz, agora possessividade é querer o outro para si sabendo que isso só traz a felicidade para um dos lados...

Adrei o texto e espero que essa menininha tenha resolvido esse problema da melhor forma!!
Mil bjusss.
natyfigueiredo.com

Malu Oliveira disse...

Ser vítima de um ciúme excessivo é um inferno! Na minha opinião, ciúme não serve como tempero, não serve como prova de amor, só serve para sufocar, diminuir e aprisionar.

Fujam disso!

Abraços

Amanda Tintino disse...

Infelizmente existem garotas que colocam seu relacionamento em um pedestal e se tornam obsessivas por seus companheiros que tudo o que ele fizer pra ela, mesmo a prejudicando será um sinal de amor...eu espero que ela ou alguém tenha conseguido abrir os olhos dela, enquanto muitos lutam com uma difícil doença pra viver outras por desespero preferem aceitar a morte é triste isso. :(

Unknown disse...

Edy adorei o texto foi tudo de bom... Tenho que concoradar que um ciumesinho discreto, bem pouco levado no tom de brincadeira até que é bom para o ego, no entanto, quando esse se torna maior que o esperado mostra que somos inseguros em relação a nós mesmos, porque se o parceiro está satisfeito não tem motivos pra procurar outra pessoa. Isso só mostra insegurança, e cá entre nós, nós mulheres somos poderosas de mais pra sermos inseguras. Bjim...

Bruna disse...

A maior parte dos crimes que acontecem na sociedade é de cunho passional.
Beijosssssss

Simone (Totalmente Exagerada!) disse...

Ótimo texto.
Não sou nem um pouco ciumenta, graças a Deus!

Beijos.

Carolina F. Guimarães disse...

Nossa, ÓTIMO texto, Edi. Amei.
Concordo com tudo que você disse. Já tive um relacionamento que acabou por falta de insegurança da pessoa com quem eu estava. Tentamos várias vezes, mas, sempre que eu dava mais uma chance, se repetia, e para o bem dos dois, sabia que isso longe não iria ser muito bom, poderia acabar ocorrendo algo como o parecido com esta menina né? Acabamos.
Hoje lendo este texto realmente abri mais ainda ''os olhos''.

Beijos querida, ótimo fds.

Bárbara Barão disse...

Adoreiii o texto!!! Confesso que que também sou ciumenta, mais com moderação!!! ehehehehehehhe

bjinxxxxxx


www.todaenfeitada.blogspot.com

IsadoraMesmo disse...

Eu já fui muito ciumenta mais melhorei e aprendi muito não adianta vc ser louca olhar tudo com um olhar de desconfiado vc fica neurotica e ainda afasta a pessoa que ama de vc beijos

www.garotaantenada.com.br

Mara Souza disse...

Oi, Edi!

Coitada dessa garota, Deus ajude que ela esteja e permaneça bem! Como tem gente doente de ciúmes nesse mundo, né?

Beijos,
Mara
http://verypinksmile.blogspot.com

Elen Campos disse...

ai, flor!
Eu sou muito ciumenta... ás vezes não consigo controlar e isso estraga um pouco o meu namoro! hehe

beijo e ameei o texto!!

Anônimo disse...

adorei seu blog, já estou seguindo!
Beijão da Mili
www.milipavan.blogspot.com

Ana Flávia Medeiros disse...

Oi Edi,que historia hein...
uma amiga minha passou por uma situação parecida,e não adiantava a gente flar nada pra ela porq não adiantava,ela estava gravida...por causa de tudo que ela passou com ele na semana de dar a luz ela perdeu o bebê.E por incrivel que pareca ele melhorou com ela..acho que foi sentimento de culpa.

Tem sorteio rolando lá no blog, depois passa lá (:

Beijos
http://www.alternativofashionista.blogspot.com/

Cássia Cardoso disse...

Ja fui muitoo ciumenta hoje sei controlar isso Graças a Deus.
seguindo.
http://beautyblack2.blogspot.com/

.lívia. disse...

ei flor, vim retribuir sua visita ao meu blog e tbm adorei por aqui XD bom, com certeza o ciúme é o tempero da paixão, mas tem q sempre ser muito bem dosado, pois em muitos casos tristes q a gente conhece isso vira uma coisa doentia...
te espero sempre lá no tofu , ótimo final de semana ;***

Muri Leite disse...

Obrigada pela visita ao meu blog e volte sempre...
Beijos :*

http://lamodde.blogspot.com

Unknown disse...

Eu sou super ciumenta, principalmente com os meus amigos, haha

Lidyane Estevam disse...

Não sou muito ciumenta para falar a verdade.
obrigada pela visita Edi
Bjoos

http://beautyandchilli.blogspot.com/

Unknown disse...

fiquei mto feliz com sua visita no meu blog... estou te seguindo, gostei mto do conteúdo do seu blog!
bjos
http://grbla.blogspot.com

Renata Linhares disse...

Ciumes atrapalha toda e qualquer relação. A chave é a confiança....em si mesmo e no outro.

Bjs!!!
http://scarpindeonca.blogspot.com/

Angel of the Underworld disse...

Oi!!! ;D
Não sou muito cuimenta nao, nom texto! ;)
bjs,
Angel

se quiser visitar meu blog:
omeusubmundosecreto.blogspot.com

Camila Monteiro disse...

Eu sou ciumenta... e tb sou insegura.
Concordo com todo o teu texto porque luto para mudar.
Beijos!

Blog Viva Glitter disse...

Estou impressionada com este texto! Muito realista e verdadeiro.
O ciúme é um negócio difícil de se controlar, entender, compreender! É dificil, não?

Estou te seguindo aqui com ctz!

Beijos,
@VivaGlitter