Essa necessidade de escrever nasce sempre quando acordo
querendo ficar quietinha. Remoendo cá com meus botões e deixando escapar o
mínimo de palavras possíveis. Em companhia da preguiça típica de
segunda-feira, essa vontade cresce até
me render ao teclado do computador, mesmo estando ameaçada pela reincidência da
tendinite.
Possuída por uma força interna em contraste com meu desânimo
aparente, desato em cliques e tiques até sair um parágrafo, dois... falando de
nada e de tudo.
Tenho um desejo de um dia conseguir simplificar o mais
complexo dentro de mim. Enquanto esse desejo não se torna realidade, me entrego
às palavras...
Junto com elas vem o pensamento de um mundo paralelo, lúdico!
Onde cada um faz o que realmente gosta e por um tempo justo, onde não somos
vítimas de uma má política ou de violência, onde a qualidade de vida está em
primeiro lugar e onde há pureza e bondade para vermos o que o ser humano tem de
melhor.
Esse mundo também tem árvores de algodão doce, água calma e
cristalina, emoldurada por uma areia branquinha, e uma brisa perfumada. Onde é
possível alcançar as nuvens e escorregar em suas formas macias e, depois de se
cansar, deitar sob elas e traçar desenhos, imaginar diferentes imagens e se
divertir. Olhar para o horizonte e ver montanhas verdes ou o mar azul a perder
de vista. Sentir todas as cores formando um arco-íris em cada sorriso. Brincar
com as flores em um jardim secreto e brindar com um beija-flor. Mergulhar nas
profundezas de um mar tranqüilo, sem remorsos e ressaca. Nadar com os peixes e cantar
com as sereias as mais lindas canções. E
depois, para qualquer lugar,voar... Respingando
água lá do alto e fazendo chover. Pé no
chão e, de repente, as luzes se apagam e acendem os vagalumes, iluminando os pensamentos
até o sono aparecer. Dormir sem medo de pesadelos, livre para sonhar. Sem pedir licença eles vêm e no outro dia se
tornam realidade.
Uma vez sonhei em driblar as distâncias geográficas e agora com o teletransporte é possível ir para o outro lado do mundo em segundos, ir
no estado vizinho rever a família que tanto faz falta, ir ali abraçar um gato e
uma cachorrinha que tanto trazem alegria, subir em árvores e comer frutos
frescos e suculentos e ainda voltar a tempo de ver o pôr-do-sol do lado de quem
faz bem.
Esse mundo não é feito de vaidades. A morte não existe. As
pessoas evoluem. Não há autodestruição . Não há tempo para maus
pensamentos. É eterno para o amor. Ah, o amor...
Ops, a folha acabou... Aos poucos despeço do meu mundo paralelo
e vou atravessando a ponte em direção à realidade. As palavras brotaram, o coração se aliviou, a
quietude passou.
Fico bem! Se precisar torno a pegar meu lápis e, como um passe de mágica, volto para o meu
recanto dos sonhos, das palavras.
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