Ai, esse nosso apego a tudo que ficou para trás é intrigante. Quando uma relação termina temos que aprender a lidar com a coreografia das ausências e, ao mesmo tempo, com a falta de perspectiva para novas apresentações. Pior quando a vida nos coloca na ponta dos pés e nos cobra um desprendimento do que ficou. Ai tudo fica tenso e todos aqueles movimentos deslizantes desaparecem, visto que nosso apego era forte com as vibrações que aquela pessoa nos trazia e mais ainda com o espetáculo de vida que tínhamos. Por mais que queiramos nos desprender é mais fácil o contrário. Isso porque bate um desânimo em enfrentar uma nova fase de solidão nos ensaios e começar outra vez todo aquele alongamento. De certa forma é tão mais fácil continuar o que tínhamos, continuar os passos hipnotizantes e fascinantes que sabíamos.
Simples. Queríamos apenas nos encolher e guardar a lembrancinha da época boa que vivemos, guardar aquela sensação, aquela melodia. Queríamos de volta o que tínhamos, a alegria que esbanjávamos, a energia que nos impulsionava, o ritmo que nos eletrizava. Mesmo assim sabemos que é preciso nos livrar da confusão que os rodopios da dor nos causaram, lembrar que aquele par (aquele mesmo) não é mais envolvente. Lembrar que o mundo continuou seu ciclo, seus ensaios e shows. As pessoas continuaram suas rotinas, o sol não se apagou, as flores desabrocharam, as crianças seguiram para o circo... O mundo não parou seu compasso para fazer nosso cenário de dor e nem nossa trilha melancólica. E no fim, só dói quando desejamos nos inclinar, ou seja quando pensamos, quando ficamos lembrando e remoendo.Só dói quando cutucamos nossos calos . Então decidimos não mexer e seguir a dança, sem nos apegar demais ao par e ao baile de ontem. Afinal, todo dia tem uma dança nova. E quer saber, ultimamente andamos mais para balada onde se dança só!
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1ª do singular
- Edi Reis
- Evito me definir para depois ter a liberdade de mudar. Na maior parte do tempo sou analfabeta de mim mesma. No entanto me arrisco. E rabisco... No fim, sou que nem todo mundo: com o telencéfalo “altamente desenvolvido” e o polegar opositor, que permite o movimento de pinça entre os dedos. Mesmo assim "é curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer[...] Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar. Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração[..]Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre." Trecho de O jeito como eu sou - Clarice Lispector e Roteiro do documentário Ilha das Flores.
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7 comentários:
O tão difícil desapego,
Impregnado em nossa pele,
O tão difícil desapego,
Impregnado em nossa pele,
Tem selinho pra você em meu blog.
Pega, pega, pega! É de coração!
Abraços!
Adorei seu texto, me identifiquei bastante ! =)
Tá tendo um sorteio lá no blog e eu vim te convidar a dar uma olhada e participar . *--*
Beijos amoree, boa semana !
http://makesdasrtanath.blogspot.com/
Tem selinho pra vc no meu Blog,
Obrigada pelo carinho!
Beijos
http://chaar-cherry.blogspot.com/2011/08/selo-comemorativo-8x60.html#links
Com certeza, desapegar é difícil! A gente tenta camuflar e talz, mas... nenhuma sujeira fica para sempre debaixo do tapete ne?
Adorei!
Beijinhos!
"Afinal, todo dia tem uma dança nova. E quer saber, ultimamente andamos mais para balada onde se dança só!"
Ainda que o tema não tenha nada a ver, essa imagem me remete a uma cena de uns dos meus filmes favoritos:
http://www.youtube.com/watch?v=ZVgmemJn944
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