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Todo mundo tem uma gaveta para guardar bagunça, utilitários e coisas nonsense. Sou clichê quanto a isso: tudo junto e misturado, só cultuando a forma desorganizada de ver minhas coisas. De vez em quando abro minha gaveta e está tudo lá, por ora empoeirado ora reluzindo. Às vezes implico com a dita cuja e trancafio tudo dentro, deixo a lembrança se esvanecer e jogo a chave fora. Dois anos, dois dias ou dois segundos depois me arrependo. Dai fico ensandecida por arrebentar logo o lacre, os cadeados e meu julgamento anterior. Em seguida tiro tudo de lá, limpo a sujeira, espano o pó e organizo milimetricamente. Chego até a fazer juras de que nunca mais agirei de tal forma.
Mas tenho lá momentos de atear fogo, lotar de dinamite e acender o estopim. Inconstâncias derivadas de sentimentos confusos, prazer!
Quando ignora-se por muito tempo essa gaveta, dá medo ao abrir. Medo de ser descuidada e remexer tudo que guardei minuciosamente. Medo de que tudo que lutei para esconder exploda em liberdade, espalhando de novo o rastro de destruição. É difícil saber a hora em que essa gaveta deve ser remexida.
Tenho instantes de querer guardar tudo. E nessa busca desenfreada por manter o máximo de coisas lá dentro, acabo por deixar a organização de lado. Essa desorganização torna rotineiro o sumiço de alguns guardados. Ai bate logo um desespero e apelo para São Longuinho. Às vezes o que tanto se procura está camuflado ao meio de todo seu conteúdo. Justamente um dos lugares mais óbvios. Mas nossos olhares cansados já não estão tão nítidos para perceber. Procura-se tanto no exterior para depois perceber que o almejado encontra-se acomodado no interior da sua velha gaveta.
O fato é que cultivamos o hábito de guardar papéis, fotografias, frascos de perfume, jóias, cartas, sentimentos e objetos que acreditamos um dia usar. O tempo passa e constatamos que esses guardados não serão mais utlilizados.Os desapegados eliminam categoricamente essas inutilidades, os sentimentais preferem fazer o "parto" de maneira poética. O importante é não ignorar que esse momento chegou.
Às vezes é difícil separar o joio do trigo e escolher o que ainda é significativo. Mas quando isso acontece, é um momento glorioso de renovação.
Enquanto esse momento não chega, entre folhas rasgadas, pilhas e batons, vale guardar as lembranças que a memória falha um dia poderá esquecer: Vale guardar as imagens que a visão borrada poderá enfraquecer, vale guardar as canções de uma possível audição errante, vale guardar a candura que o coração inocente já teve .Vale guardar as lembranças dos amores. Vale guardar o afeto, o amor, a vontade de estar sempre junto, os toques, beijos,abraços e laços. Vale guardar as lágrimas e a dor da saudade, vale guardar o que assimilei quando a lágrima substituiu um sorriso. Vale guardar, enfim, tudo o que aprendi.
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segunda-feira, 28 de março de 2011
Na gaveta...
Todo mundo tem uma gaveta para guardar bagunça, utilitários e coisas nonsense. Sou clichê quanto a isso: tudo junto e misturado, só cultuando a forma desorganizada de ver minhas coisas. De vez em quando abro minha gaveta e está tudo lá, por ora empoeirado ora reluzindo. Às vezes implico com a dita cuja e trancafio tudo dentro, deixo a lembrança se esvanecer e jogo a chave fora. Dois anos, dois dias ou dois segundos depois me arrependo. Dai fico ensandecida por arrebentar logo o lacre, os cadeados e meu julgamento anterior. Em seguida tiro tudo de lá, limpo a sujeira, espano o pó e organizo milimetricamente. Chego até a fazer juras de que nunca mais agirei de tal forma.
Mas tenho lá momentos de atear fogo, lotar de dinamite e acender o estopim. Inconstâncias derivadas de sentimentos confusos, prazer!
Quando ignora-se por muito tempo essa gaveta, dá medo ao abrir. Medo de ser descuidada e remexer tudo que guardei minuciosamente. Medo de que tudo que lutei para esconder exploda em liberdade, espalhando de novo o rastro de destruição. É difícil saber a hora em que essa gaveta deve ser remexida.
Tenho instantes de querer guardar tudo. E nessa busca desenfreada por manter o máximo de coisas lá dentro, acabo por deixar a organização de lado. Essa desorganização torna rotineiro o sumiço de alguns guardados. Ai bate logo um desespero e apelo para São Longuinho. Às vezes o que tanto se procura está camuflado ao meio de todo seu conteúdo. Justamente um dos lugares mais óbvios. Mas nossos olhares cansados já não estão tão nítidos para perceber. Procura-se tanto no exterior para depois perceber que o almejado encontra-se acomodado no interior da sua velha gaveta.
O fato é que cultivamos o hábito de guardar papéis, fotografias, frascos de perfume, jóias, cartas, sentimentos e objetos que acreditamos um dia usar. O tempo passa e constatamos que esses guardados não serão mais utlilizados.Os desapegados eliminam categoricamente essas inutilidades, os sentimentais preferem fazer o "parto" de maneira poética. O importante é não ignorar que esse momento chegou.
Às vezes é difícil separar o joio do trigo e escolher o que ainda é significativo. Mas quando isso acontece, é um momento glorioso de renovação.
Enquanto esse momento não chega, entre folhas rasgadas, pilhas e batons, vale guardar as lembranças que a memória falha um dia poderá esquecer: Vale guardar as imagens que a visão borrada poderá enfraquecer, vale guardar as canções de uma possível audição errante, vale guardar a candura que o coração inocente já teve .Vale guardar as lembranças dos amores. Vale guardar o afeto, o amor, a vontade de estar sempre junto, os toques, beijos,abraços e laços. Vale guardar as lágrimas e a dor da saudade, vale guardar o que assimilei quando a lágrima substituiu um sorriso. Vale guardar, enfim, tudo o que aprendi.
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1ª do singular
- Edi Reis
- Evito me definir para depois ter a liberdade de mudar. Na maior parte do tempo sou analfabeta de mim mesma. No entanto me arrisco. E rabisco... No fim, sou que nem todo mundo: com o telencéfalo “altamente desenvolvido” e o polegar opositor, que permite o movimento de pinça entre os dedos. Mesmo assim "é curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer[...] Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar. Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração[..]Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre." Trecho de O jeito como eu sou - Clarice Lispector e Roteiro do documentário Ilha das Flores.
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17 comentários:
É preciso selecionar o que vai guardar na "Gaveta".Concordo aprenzidado é pra vida toda.
Beijos
Belas palavras, flor!
Na minha "gaveta" tem tantas coisas guardadas... Ai ai!
Beijos.
www.consumisse.blogspot.com
@thaharaujo
Na minha "gaveta" muito está guardado e às vezes tenho até medo de ir com espanador e tirar a poeira. Quem não tem uma gaveta dessas?
Beijos, Edi, Boa semana!
Edi
Realmente sempre temos aquela gaveta, mas no meu caso sempre organizo, acho mais facil as coisas qd se esta organizadas...
E qt aos sentimento guardados sempre é bom senti-los..rsrs
Amei o texto
Bjs!
Oii Edi!
Vixe minha gaveta é uma bagunça, chei de fotos, rascunhos, cheias de lembrança mesmo ^^
Beijos
tEM UM selinho para vc no meu blog.
historias-amigassempre.blogspot.com
beijos
Nossa Edi que texto lindo...
meu relacionamento com a minha gaveta tbm pe bem parecido,hehe..
beijos,Ana.
http://alternativofashionista.blogspot.com/
Nossa adorei o texto!
Na minha gaveta tem tantas coisas, e sempre cabe mais um pouco. Tento sempre ser seletiva e deixo ali apenas as coisas boas e úteis. As vezes faz-se necessário uma limpeza, entao eu organizo tudo bonitinho, mas quase sempre fica tudo tao junto e misturado que acho que essa é a melhor forma para me encontrar.
Tenha uma linda semana!
Bjs & abraços!
Nossa adorei o texto!
Na minha gaveta tem tantas coisas, e sempre cabe mais um pouco. Tento sempre ser seletiva e deixo ali apenas as coisas boas e úteis. As vezes faz-se necessário uma limpeza, entao eu organizo tudo bonitinho, mas quase sempre fica tudo tao junto e misturado que acho que essa é a melhor forma para me encontrar.
Tenha uma linda semana!
Bjs & abraços!
Lindo o texto... e super verdade, precisamos saber o que vale apena guardar na gaveta...
Beijos
Adorei a Dica
eu tenho que arrumar Minha
gaveta e Vai ser agora:
Estou Com Post Novo
Passa Lá:
hppt://marcellyrosa.blogspot.com
Beijos cor de Rosa...!
Eu acho que a gaveta é a vida e tudo que se refere à ela é de como a cuidamos. Realmente é difícil saber a hora de rever tudo que foi desorganizado .. Mas é preciso.
Obrigada pelo comentário lá no blog!
www.luuh-mendonca.blogspot.com
Muito bom seu post.
A questão da gaveta realmente é algo que vale a pena refletir.
Beijo!
lindo post flor! temos q ver oq realmente vale a pena guardar na gaveta né...
bom fim d semana flor :**
www.tofucolorido.blogspot.com
Adorei o texto! De olho a gaveta. Bjo
Quanto tempo heim? rs
Já estava com saudades de parar e ler seus textos... Que como sempre, "tocam" a alma!
Essa gavetinha que fica aqui no meu peito, tbém funciona assim!
Grande beijo!
Álice
www.louca-vaidade.blogspot.com
Oi Linda...
Passndo pra avisar que tem selinho pra você no meu blog...
http://tyciahadi.blogspot.com/2011/04/selo.html
Beijos =*
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